Geografia da População
Anamorfose geográfica com o tema população
Fonte - Estimativas da – 2023
Gráfico elaborado por Aguimon Alves
POPULAÇÃO (Demografia)
Quando se faz comparações que
envolvem quantitativos populacionais, deve-se tomar muito cuidado para se
cometer erros de interpretação.
População é o número de
habitantes do espaço geográfico, Globo
ou continente, país ou estado, região ou município, cidade ou bairro etc. A
população pode ser absoluta ou relativa.
População absoluta se refere ao número total de habitantes de um determinado espaço geográfico. Já a população a população relativa
ou densidade demográfica se refere ao número de habitantes por quilômetro quadrado
existente no espaço
geográfico.
A humanidade não cresce de maneira uniforme. Varia no
tempo e no espaço. Já houve época,
século XVIII, por exemplo, que o crescimento populacional era maior na Europa e nos Estados Unidos; no período de
1940 a 1970 o Brasil teve um significativo crescimento
demográfico; a partir da Segunda Guerra Mundial (1945) a África e a Ásia vêm tendo intenso
crescimento populacional, principalmente os países muçulmanos.
O crescimento populacional é sempre maior nos países
pobres (3,0% ao ano, 2,5%
ao ano ou 2,0% ao ano) e bem menor nos países desenvolvidos (0,4% ao ano, 0,2 ao ano). Entretanto, vários países de populações pobres têm sofrido
significativas quedas nas taxas de natalidade como é o caso do Brasil (1,4% ao ano 2004/2005, com tendências a cair).
Crescimento natural ou vegetativo
O crescimento da população mundial
está ligado a vários fatores
– taxa de natalidade, taxa de mortalidade, taxa de fecundidade, expectativa de vida – que, por sua vez, dependem
das condições de saúde, educação
e acesso a recursos naturais
e econômicos das sociedades.
O total de habitantes de um lugar tem como principal fator de aumento
o crescimento natural
ou vegetativo, também
chamado de movimento
vertical da população. O crescimento vegetativo consiste na diferença entre o número
de nascimentos e o de mortes em determinado período
(geralmente um ano).
A relação entre o número de nascimentos ocorridos no período
de um ano e o total de habitantes de uma cidade, um estado,
país ou continente define a taxa de natalidade. Assim, a taxa de natalidade
é a relação entre o número de nascimentos ocorridos
em um ano e o número de habitantes. Obtém-se essa taxa tomando os
nascimentos ocorridos durante um ano, multiplicando-os por 1.000 e dividindo o
resultado pela população absoluta.
Portanto, diz-se que a taxa de natalidade do país é de 30%o (30 por 1.000),
ou seja, em um ano nasceram 30 crianças para cada 1.000 habitantes ou 3 para cada 100 habitantes. Neste caso, o crescimento populacional
foi de 3% ao ano, taxa de natalidade muito elevada.
A relação entre o número de óbitos
ocorridos em um ano e o número
de habitantes do lugar define a taxa de mortalidade. Para chegar a essa taxa, multiplica-se por mil
o número de óbitos ocorridos durante
um ano e divide-se o resultado pelo número que
representa o total da população. Por exemplo, uma taxa de mortalidade de
10%o significa 10 mortes
em um grupo de 1.000 pessoas.
Portanto, diz-se que a taxa de mortalidade do país é de
15%o (15 por 1.000), ou seja,
para cada 1.000 habitantes morreram 15 pessoas em um ano. Neste caso, a taxa de mortalidade é de 1,5% ao ano.
Existe também a taxa de mortalidade infantil, que é o
número de crianças que morrem antes
de completar o primeiro ano de vida. A taxa de mortalidade infantil é um importante indicador social.
Pode acontecer (e não é raro) de um país desenvolvido ter
uma elevada taxa de mortalidade, da
mesma forma que acontece nos países pobres. Neste caso a taxa de mortalidade não é influenciada pelo número de crianças que morrem, mas pelo número
de idosos que falecem. É que
nesses países a expectativa de vida é muito elevada formando um percentual bastante alto de idosos (60
anos ou mais) em relação ao total da população
(23%, 26% com tendências a aumentar). É o caso da Alemanha, da Itália,
da Suécia, da Inglaterra, do Japão
etc.
Quanto à fecundidade,
não se pode confundi-la com fertilidade.
Fecundidade está relacionada aos fatores sociais e
econômicos que levam a mulher a ter filhos ou optar em não tê-los. Já a fertilidade é a capacidade de reprodução da mulher.
Expectativa de vida é a média de anos que uma população
espera viver, considerando as condições socioeconômicas no local onde nasceram. Se tais condições são favoráveis, a expectativa de vida é alta, mas se o local não dispõe da infraestrutura básica
(saneamento, assistência médico-hospitalar, educação etc.) a expectativa de vida é baixa.
Distribuição e Fatores responsáveis pela concentração ou dispersão da população
A população da Terra não está distribuída igualmente em todas as partes
do Globo. Ao contrário,
há excesso de gente em algumas regiões e outras completamente desabitadas. Esta irregular distribuição é resultante de vários fatores
como:
Os fatores
físicos ou naturais, como o clima,
o relevo, a vegetação, a hidrografia, o solo e o subsolo;
Os fatores históricos e culturais;
Os fatores econômicos.
As regiões mais favoráveis à ocupação humana
são denominadas ecúmenos,
e as regiões desfavoráveis à ocupação humana
são denominadas anecúmenos.
Proximidade dos oceanos e mares. De um modo geral, as maiores
concentrações populacionais encontram-se próximas dos oceanos
e mares, os quais representam uma das primeiras e mais importantes vias de transporte e comunicação de que o homem dispõe.
Os oceanos
e mares são, também, importantes fontes de alimento e de outros recursos
naturais. Certos países como a Islândia,
a Noruega, o Japão, o Peru etc., têm no pescado importante atividade econômica.
As margens e os deltas dos rios costumam ter solos férteis
e por isso, ao longo de alguns rios,
existem grandes concentrações populacionais que se dedicam a atividades agrícolas. Muitos rios formam planícies,
como é o caso do rio Pó (Itália) e do rio Nilo
(Egito).
Na Amazônia as pessoas se distribuem em torno dos rios, porque estes se constituem importantes fontes de alimento
e, praticamente, são as únicas
vias de transporte e comunicação que eles dispõem.
Relevo. Existe uma forte relação
entre as diferentes formas de relevo e a distribuição
da população. As maiores concentrações populacionais estão localizadas nas planícies mais propícias à agricultura,
pois seus solos, de modo geral, são férteis, bem como ao fato de a planura
do terreno facilitar a fixação dos homens, os transportes e as comunicações.
Clima.
O clima é um outro fator que influi
muito na distribuição da população, tanto
assim que, em lugares de altas latitudes, onde domina o clima frio, a
concentração populacional é pequena, sendo que, em algumas áreas,
ela nem aparece, como é o caso das regiões polares. Áreas de clima desértico
e clima equatorial também não atraem muita população. Ao contrário, há grandes concentrações de população em áreas onde predominam climas
temperados e tropicais.
Industrialização. Todas as áreas ocupadas
por aglomerados de indústrias diversificadas são povoadas,
como acontece com o Nordeste
dos
Estados Unidos, na região de Londres, no ocidente da Europa Continental, no eixo Rio-São
Paulo etc.
Áreas de concentração populacional
Sudeste asiático e Extremo Oriente. Quase a metade da população mundial habita nessa região que compreende os
territórios que se estendem desde a Índia até o Japão, passando pela Indonésia e pela porção leste da China. A maior
parte dessa população se concentra nas planícies e se dedicam
sobretudo ao cultivo
do arroz.
Europa Centro-Ocidental. A maior parte da população
se concentra no litoral do Mar Mediterrâneo, do Mar Báltico,
do Mar do Norte e nos vales de rios, tais como: o Reno e
o Elba, na Alemanha; o Sena e o Ródano, na França, o Tâmisa na Inglaterra, o Pó
na Itália etc.
Nordeste
dos Estados Unidos. A população se
concentra entre a região dos Grandes
Lagos e o Oceano Atlântico, onde a população vive, na sua maioria, nas grandes cidades.
América Latina.
Na América Latina há uma grande concentração populacional no triângulo Rio, São Paulo e Belo Horizonte (Brasil);
no entorno de Buenos Aires (Argentina) e no entorno
da Cidade do México.
Grandes vazios demográficos
Regiões polares.
Formadas pela Antártida, no Hemisfério Sul, inteiramente despovoada e por áreas com pouca população como o Alasca,
o norte do Canadá, norte da Escandinávia (Suécia, Finlândia e Noruega), a Sibéria (Rússia)
e a Ilha da Groenlândia
Desertos.
Tanto os desertos localizados no
interior dos continentes, a grandes distâncias do mar (desertos
do Tibet e da Mongólia), como os desertos
localizados próximos à costa litorânea (deserto
do Atacama, no norte do Chile) não atraem populações.
Regiões
Equatoriais. É o caso das regiões de
florestas equatoriais caracterizadas por clima quente e úmido. Exemplo:
Amazônia e outras
regiões situadas ao longo da linha do Equador.
Teorias Demográficas
Teoria Malthusiana
Elaborada pelo economista inglês Thomas Robert
Malthus (1776-1834). Conforme
seu estudo Ensaio sobre o
princípio da população (1798), Malthus dizia que, se não ocorressem guerras, epidemias, desastres
naturais etc., a população tenderia a duplicar a cada 25 anos. Ela cresceria em um ritmo rápido, comparado por
ele a uma progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128...). Já o crescimento da produção de alimentos
ocorreria em um ritmo lento, comparado a uma progressão
aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8...).
Sendo assim, em um determinado momento, não existiriam alimentos para todos os habitantes da Terra.
Ao considerar esses dois postulados, Malthus concluiu que o ritmo de crescimento populacional seria mais acelerado que o ritmo de crescimento
da produção de alimentos (progressão
geométrica versus progressão aritmética).
Previu também que um dia as possibilidades
de aumento da área cultivada seriam esgotadas, pois todos os continentes estariam
plenamente ocupados pela agropecuária e, no entanto,
a população mundial
ainda continuaria crescendo. A consequência disso seria a fome. Para evitar esse flagelo, Malthus, que além de economista era
pastor da Igreja Anglicana, na época contrária aos métodos anticoncepcionais, propunha
que os casais só tivessem
filhos se possuíssem terras cultiváveis para poder alimentá-los. Recomendava também os casamentos tardios,
preferencialmente a partir dos 30 anos de
idade, tanto para homens quanto para mulheres, pois o número de filhos seria menor, ao considerar que os filhos
só viriam com o casamento.
As maiores contestações a essa teoria são que, na realidade, ocorre grande concentração de alimentos nos países ricos
e, consequentemente, má distribuição nos países
pobres. Porém, em nenhum momento a população cresceu conforme a previsão de Malthus.
Para Malthus, existiram no curso da história certos
obstáculos que funcionavam como
fatores de controle do crescimento populacional, são eles: obstáculos repressivos e obstáculos preventivos.
Os obstáculos repressivos eram representados pela fome, pelas doenças, pelas catástrofes naturais
(enchentes, secas), causando milhares de mortes. Ele entendia que essas mazelas eram providências divinas atuando no controle populacional. Já os obstáculos preventivos se referiam às ações do homem. Por isso, conforme
já visto, ele recomendava casamentos tardios, objetivando um menor número
de filhos por casal, e que os homens
se mantivessem solteiros e castos se não tivessem
renda suficiente para sustentar a família.
Essa teoria, quando foi elaborada, parecia muito
consistente. Os erros de previsão estão
ligados principalmente às limitações da época para a coleta de dados. Malthus
tirou suas conclusões partindo da observação do comportamento demográfico em uma determinada região,
com população predominantemente rural, e as considerou válidas
para todo o planeta no transcorrer da história. Não previu os efeitos decorrentes da urbanização na
evolução demográfica e nem os efeitos que Revolução Industrial proporcionaria com o progresso das técnicas agrícolas.
Desde a apresentação dessa teoria, são comuns os discursos
que relacionam de forma simplista
a ocorrência da fome no planeta ao crescimento populacional. A fome que
castiga
grande
parte
da população mundial é resultado
da má distribuição da renda e não da carência na produção de alimentos.
Malthus
estava certo? Decorridos quase dois séculos,
a teoria de Malthus continua
suscitando debates. Entretanto, o tempo pôde demonstrar que ela carecia
de uma sólida fundamentação científica. Veja a seguir, de forma
resumida, as principais críticas que lhe são feitas.
O crescimento geométrico da
população previsto por Malthus não ocorreu,
pois, a produção mundial de alimentos ultrapassou o crescimento da população.
A fome, comum em vários países, é fruto de uma estrutura econômica que não atende às necessidades das populações carentes.
Atualmente a África e a maior parte da Ásia têm elevadas
taxas de natalidade.
Os países desenvolvidos mostraram que
o a melhoria do padrão de vida da população e, sobretudo, a emancipação da mulher, possibilitou a queda
das taxas de natalidade.
Em vários países subdesenvolvidos as
terras agrícolas são destinadas às culturas de exportação, nem sempre atendendo
às necessidades das populações.
O
desenvolvimento científico e tecnológico ocorrido
no campo da agropecuário e da genética
possibilitou a produção
de alimentos suficientes para suprir as necessidades de toda a humanidade.
Parece evidente, portanto, que não se pode responsabilizar
apenas o crescimento populacional pelo estado de miséria e fome em que se encontram muitos
países. As causas
da fome são, na realidade, consequência de políticas econômicas
desastrosas.
Teoria Neomalthusiana
Elaborada após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), essa
teoria diz que, se o crescimento
demográfico não fosse contido, os recursos naturais da Terra se esgotariam em pouco
tempo. Segundo os neomalthusianos, uma numerosa população jovem, resultante das elevadas taxas de natalidade,
verificadas em quase todos os países subdesenvolvidos, necessitaria de grandes investimentos sociais em educação e
saúde. Com isso, sobrariam menos
recursos para serem investidos nos setores agrícola e industrial, o que
impediria o pleno desenvolvimento das
atividades
econômicas e, consequentemente, da melhoria das condições de vida da população. Ainda
segundo essa teoria, quanto maior o número de
habitantes de um país, menor a renda per
capita e a disponibilidade de capital a ser distribuído pelos agentes
econômicos.
Verifica-se,
então, que a Teoria Neomalthusiana, embora com postulados diferentes daqueles utilizados na Teoria Malthusiana, ambas chegam à mesma conclusão: o crescimento
populacional é o responsável pela ocorrência da miséria. Seus defensores passaram
a propor, então, programas de controle da natalidade nos países subdesenvolvidos mediante a disseminação de métodos anticoncepcionais. É uma tentativa
de enfrentar problemas socioeconômicos partindo exclusivamente de posições contrárias à natalidade, e
ainda de acobertar os efeitos danosos dos baixos salários e das péssimas condições de vida que vigoram nos países subdesenvolvidos,
apenas com base em uma argumentação demográfica.
A contestação a essa teoria é que se deve melhorar a
distribuição de renda. Na verdade, o interesse no controle populacional dos países pobres vem dos países desenvolvidos no intuito de reduzir a pressão demográfica das populações pobres sobre os recursos naturais.
Teoria Reformista
Diverge das teorias Malthusiana e Neomalthusiana. Os
reformistas atribuem aos países ricos
ou desenvolvidos a responsabilidade pela intensa exploração imposta aos países pobres ou subdesenvolvidos, que resultou em um excessivo
crescimento demográfico e
pobreza generalizada. Defendem a adoção de reformas socioeconômicas para superar os graves problemas sociais.
Uma população jovem e numerosa, em virtude de elevadas taxas de natalidade, não é causa, mas
consequência da pobreza. Em países desenvolvidos, marcados por um elevado padrão de vida da população, o controle da natalidade ocorreu
de maneira simultânea à melhoria da qualidade de
vida da população, além de ter sido passado espontaneamente
de uma geração para outra à medida que foram se alterando os modos e os projetos de vida das famílias, as
quais, em geral, passaram a ter menos filhos ao longo do século XX.
Uma população jovem numerosa só se tornou empecilho ao desenvolvimento
das atividades econômicas nos países pobres porque não foram realizados investimentos sociais,
principalmente em educação
e saúde.
Essa situação gerou um imenso contingente de mão-de-obra sem qualificação, que
continuamente ingressa no mercado de trabalho. Tal
realidade tende a rebaixar o nível médio de produtividade por trabalhador e a empobrecer enormes parcelas da população. É necessário o enfrentamento, em primeiro
lugar, das questões
sociais e econômicas para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio.
Para os defensores dessa corrente, a tendência de controle espontâneo da natalidade é facilmente verificável ao se comparar
a taxa de natalidade entre as famílias
brasileiras de classe baixa e as de classe média. À
medida que as famílias obtêm condições dignas de vida – educação, assistência médica, acesso
à informação etc. – tendem
a ter menos filhos.
Quando o cotidiano familiar transcorre em condições
miseráveis e as pessoas não têm
consciência das determinações econômicas e sociais
às quais estão submetidas, vivendo de subempregos,
em submoradias e subalimentadas, como
esperar que elas estejam preocupadas em gerar menos
filhos?
Essa teoria é mais realista
por analisar os problemas econômicos, sociais e demográficos de forma objetiva, partindo de situações reais do dia-a-dia
das pessoas.
Entretanto, a dinâmica demográfica, econômica e a escassez
de recursos em geral, devem ser considerados quando da formulação de políticas demográficas. Vive-se atualmente um
momento de escassez de empregos, face à automação das atividades produtivas, que deve ser considerado.
No atual
contexto econômico, deve-se pensar em políticas demográficas com o foco na
disponibilidade de empregos e de recursos. O que outrora um acelerado
crescimento demográfico poderia
ser saudável para as atividades econômicas, hoje qualquer
crescimento populacional pode significar mais miséria e fome, independentemente
da produção de alimentos, mas em função de cada um conseguir
prover sua própria
subsistência num contexto
econômico que não gera empregos
suficientes para todos.
Um mundo mais velho
De qualquer maneira, é uma tendência mundial o
envelhecimento da população, sendo
que vários países ricos já atingiram proporções de idosos bastante elevadas,
variando em torno de 23 a 26% o número de habitantes com mais de 60 anos, com
tendências a aumentar. Mesmo em alguns países pobres,
o barateamento e a popularização dos medicamentos custeados
pelos governos, têm contribuído significativamente para o prolongamento da vida de suas populações.
Pirâmides Etárias
O gráfico que representa
a estrutura de sexo e idade de uma população é a pirâmide etária.
Nesse tipo de gráfico, cada uma das metades da pirâmide
representa um sexo, sendo o lado esquerdo
formado por homens e o lado direito
formado por mulheres. A base representa o grupo jovem (até 19 anos);
a área intermediária representa o grupo adulto
(entre 20 e 59 anos);
e o topo ou ápice
representa a população idosa (acima de 60 anos).
O formato da pirâmide etária de um país considera
fundamentalmente as taxas de natalidade e de mortalidade da população. Encontramos países que possuem
altas taxas de natalidade
(subdesenvolvidos) e países que apresentam taxas de crescimento vegetativo muito baixas ou nulas (desenvolvidos).
Portanto, se visualiza dois tipos básicos de pirâmides etária:
A pirâmide dos países desenvolvidos. Apresenta a parte central mais larga, por causa das baixas taxas de natalidade e de
mortalidade, sendo a base bastante estreita e o topo largo, devido
às altas expectativas de vida da população.
A pirâmide dos países subdesenvolvidos. Apresenta a base larga por causa das altas taxas
de natalidade, a parte central afunilada
devido às altas taxas de mortalidade e o topo
estreito em decorrência das baixas expectativas de vida.
Entre esses dois tipos básicos
de pirâmide etária,
encontramos uma situação
intermediária: países cuja população está em transição para a fase
adulta ou madura, por exemplo: Brasil,
México
e China.
A representação gráfica
da pirâmide etária
esses países reflete
a seguinte situação:
a base é mais estreita que o corpo, porque a taxa de natalidade foi reduzida e o número
de adultos (entre 19 e 59
anos) já compõe a maior parte da população do país; o topo é mais estreito
que a base, porque o número
de idosos ainda não é tão grande.
No entanto, com o passar do tempo e o aumento da
expectativa de vida, esse número deverá ficar cada
vez maior, o que fará aumentar o topo da pirâmide.
Através das pirâmides etárias é possível conhecer a
realidade socioeconômica dos países
e suas implicações. Uma pirâmide típica e país desenvolvido revela que a baixa
de natalidade e a alta expectativa
de vida implicarão gastos excessivos com previdência e saúde.
População absoluta,
densidade demográfica e superpovoamento
População absoluta. É o número total de habitantes de um lugar (país, cidade
etc.). Quando um lugar tem
um grande número de habitantes, dizemos que é populoso ou de grande
população absoluta; quando possui um pequeno número de habitantes, dizemos
que é pouco populoso ou de pequena população absoluta. China, Índia,
Estados Unidos, Indonésia e Brasil
são os cinco países mais populosos do mundo. Todos
têm bem mais de 100 milhões de habitantes.
População
relativa ou densidade demográfica. É a
média de habitantes por quilômetro quadrado
(hab/km²), ou seja, a concentração de habitantes em uma área. Para obtê-la basta dividir a população absoluta
pela área. Quando um determinado território possui elevada densidade demográfica, dizemos que ele é densamente
povoado. Quando possui baixa densidade demográfica,
dizemos que é fracamente povoado.
Uma região com 20 hab/km² é considerado fracamente povoado. Mas as regiões que têm 200 hab/km²,
300 hab/km² ou 1000 hab/km²,
3000 hab/km² são consideradas regiões
povoadas. O principado de Mônaco tem mais de 17.000 hab/km².
PEA – População economicamente ativa e os setores de atividades econômicas
A população economicamente ativa é composta de pessoas que
estão disponíveis para o trabalho. Neste grupo está incluído o desempregado
que esteja procurando emprego há um determinado tempo. Esse tempo geralmente os
30 dias anteriores à pesquisa, que pode ter sido feita pelo IBGE ou outro
instituto de pesquisa. Já a população
economicamente inativa (PEI), corresponde à
massa populacional que não exerce atividade remunerada e nem está procurando emprego; são as
crianças, estudantes, os aposentados ou qualquer pessoa que esteja fora da força de
trabalho por motivos diversos. Se este grupo não oferece ou não pode oferecer
mão de obra, por razões óbvias, então não há pressão deste contingente nas
taxas de desemprego. Veja a seguir os tipos de desempregos.
Desemprego Estrutural
Essa espécie de
desemprego decorre das mudanças estruturais da economia, como melhora da
tecnologia, produção e nos padrões de comportamento
do consumidor (mudança de hábitos podem
fazer determinados serviços ficarem obsoletos). Assim, certas profissões podem
deixar de existir por conta da robotização. Em relação a demanda dos
consumidores, um homem que consertava máquinas de escrever, por exemplo,
ficaria sem trabalho pois hoje em dia ninguém mais utiliza essa ferramenta.
Desemprego Sazonal
Determinadas
atividades econômicas são afetadas fortemente pela sazonalidade. Por exemplo,
agricultura e turismo. Na época de colheitas e das férias escolas causa
variações na demanda de trabalho em determinadas épocas do ano.
Desemprego Cíclico
O desemprego cíclico
pode ser também chamado de involuntário ou conjuntural. Considerado por muitos
o pior tipo de desemprego, acontece por causa de crises econômicas e recessão
da economia de um lugar, tendo-se redução na produção.
Desemprego Friccional
Há quem defenda este
quarto tipo de desemprego. Refere-se aos indivíduos temporariamente
desempregados, seja por causa de demissão, estarem mudando de emprego ou pelo
fato de estarem procurando o primeiro emprego. O tempo de duração deste tipo de
desemprego tem a ver com os benefícios que os desempregados recebem, por
exemplo, seguro desemprego e da disposição dele aguardar melhor oferta de
trabalho.
A distribuição da População
Economicamente Ativa
A distribuição da PEA pelos setores de atividades econômicas
apresenta enormes diferenças entre
os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos.
Nos países desenvolvidos existe concentração de
trabalhadores no setor terciário, que abrange a informática, as comunicações, a mídia,
os transportes, o serviço
público, as atividades
financeiras, os profissionais liberais e o comércio em geral. O setor primário, que reúne as atividades extrativistas (mineral, vegetal e animal) e agropecuárias (agricultura e pecuária), perde cada vez
mais funcionários para a mecanização do campo.
O setor secundário, que compreende as atividades industriais de modo geral, está ocupando menor número de trabalhadores,
devido ao uso intensivo de máquinas e até mesmo robôs.
Nos países subdesenvolvidos industrializados o setor terciário
é hipertrofiado (“inchado”), em outras palavras,
o processo de
urbanização nesses países não foi acompanhado
pela geração de empregos formais nos setores secundário e terciário. Esse fato gerou uma grande massa de
trabalhadores subempregados (que não deixam de ser desempregados), como os camelôs,
os vendedores ambulantes, os guardadores de vagas de automóveis,
os biscateiros em geral etc. O fato é que o setor
terciário dos países pobres não se desenvolveu para oferecer empregos
suficientes para atender
à grande demanda
de desempregados.
Os países subdesenvolvidos
não industrializados ainda apresentam elevada
população economicamente ativa no
setor primário.
Em um aspecto, pelo menos, parece que os países ricos e pobres
estão juntos: no desemprego. No entanto, os fatores que levam ao desemprego são diferentes.
Nos países ricos ocorreu uma intensa automatização,
progressos tecnológicos e transferência
de indústrias para países subdesenvolvidos – processos que eliminaram os empregos no setor secundário, que muitas
vezes foram absorvidos pelo setor terciário.
Como isso nem sempre aconteceu, esses países enfrentam elevadas taxas de
desemprego, que neste caso é denominado desemprego estrutural.
Nos países subdesenvolvidos industrializados o problema
do desemprego estrutural é ainda mais grave, pois qualquer modernização nas atividades
produtivas, não só nas indústrias
como também na agricultura e no setor terciário em geral, implica na demissão de milhares de trabalhadores.
A renda per capita e o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
A renda per capita
É um indicador econômico que tem sido utilizado
amplamente, principalmente pelos economistas, para se conhecer
o nível de desenvolvimento dos países. Mas será que a análise isolada desse indicador oferece
uma visão real da situação socioeconômica das
nações do mundo?
A renda per capita (por
cabeça) é obtida dividindo-se o PIB – Produto Interno Bruto (soma de todas as riquezas geradas internamente no período
de um ano) por sua população
absoluta, ou seja, pelo número total de habitantes. Por ser um cálculo médio, a renda
per capita não revela
as diferenças de rendimentos que podem existir
no interior das sociedades,
sobretudo nos países subdesenvolvidos.
O Índice de Desenvolvimento Humano
Vimos que a análise da renda per capita de
um país não revela a real situação socioeconômica. Com o objetivo de obter informações mais
precisas sobre o nível de desenvolvimento
de cada nação, a ONU vem utilizando desde a década de 1990 um indicador denominado Índice de
Desenvolvimento Humano – IDH. Tem como objetivo mostrar com maior fidelidade as condições em que vive a maior
parte da população de cada país, levando-se em conta os seguintes critérios: a longevidade da população, medida
pela expectativa de vida; o acesso à escolaridade, aferido pela taxa de
analfabetismo; o poder de consumo de
bens e serviços, medido pela renda per
capita e o acesso às condições sanitárias satisfatórias, aferido pela taxa de mortalidade.
O cálculo do IDH leva em conta a combinação de todos esses
indicadores, e o resultado varia
dentro de uma escala que vai de 0 a 1. Quanto mais próximo
de 0 for o IDH de
um país, piores são as condições socioeconômicas de sua população. Ao
contrário, quanto mais próximo de 1
for esse índice, melhores são as condições socioeconômicas e maior o nível de desenvolvimento do país.
O IDH é considerado baixo quando inferior a 0,5; médio quando se encontra entre
0,5 e 0,8 e alto quando é superior a 0,8. Por exemplo:
Etiópia 0,359; Brasil,0,777 e Noruega 0,944.
(Dados de 2003. Fonte: ONU).
Países desenvolvidos e subdesenvolvidos: Crescimento
demográfico
Como as variáveis responsáveis pelo crescimento demográfico apresentam melhor
qualidade nos países desenvolvidos, existe uma grande diferença entre
esses países e os subdesenvolvidos quanto
ao aumento populacional.
Nos países desenvolvidos, as taxas de natalidade diminuíram a partir do século
XIX (1800 a 1900) e das primeiras
décadas do século
XX.
Com a grande melhoria das condições de saneamento básico e
a descoberta de vacinas e
antibióticos, as taxas de mortalidade nesses países ficaram muito mais baixas. Mais tarde, os métodos anticoncepcionais,
a urbanização e a participação cada vez maior
da mulher no mercado de trabalho contribuíram para reduzir as taxas de natalidade.
A brusca queda do crescimento demográfico nos países
desenvolvidos trouxe um problema que
eles tentam resolver: o elevado número de idosos, o que representa um encargo
para a previdência social.
Nos países subdesenvolvidos, as taxas de crescimento
demográfico começaram a baixar após a segunda
metade do século XX.
Nesses países, a redução das taxas de mortalidade deveu-se
às melhorias médico- sanitárias
obtidas nos países desenvolvidos e ao uso de inseticidas que combatem agentes transmissores de doenças. A redução das
taxas de natalidade ocorreu a partir do processo de urbanização vivenciado por inúmeras nações.
A urbanização provocou transformações sociais que ajudam a
explicar a redução dos índices de natalidade,
como: o trabalho familiar, o custo da criação dos filhos, o trabalho
da mulher e os métodos
anticoncepcionais. Entretanto, essas mudanças ocorreram
em apenas alguns países subdesenvolvidos industrializados (Argentina,
Coreia do Sul, Brasil,
Chile, Uruguai, México). Na maioria das nações africanas (por exemplo Serra
Leoa, Quênia etc.) e em algumas
asiáticas (Laos, Nepal, Bangladesh etc.), as taxas de crescimento vegetativo continuaram altas.
Fases de crescimento da população mundial
Segundo a ONU, podem
ser consideradas as seguintes faixas de crescimento populacional: lento de 0 a 1%; rápido de 1,1 a 2%; acelerado de
2,1 a 3% e explosão demográfica + de 3% ao ano.
A partir dessas faixas pode-se observar várias fases no crescimento da população. 1ª Fase: Crescimento lento. Período: século
IV a.C. até o início
do século XVII (Revolução Comercial). A economia era rural, as famílias tinham
muitos filhos (altas
taxas de natalidade), mas o número de óbitos também era alto (elevadas
taxas de mortalidade), devido às guerras, às epidemias. Dessa forma, o aumento populacional era pequeno.
2ª Fase: Crescimento rápido. Período:
1650 a 1850 (fase do capitalismo comercial) e início do capitalismo industrial). As famílias necessitavam
de filhos para aumentar a renda (elevadas
taxas de natalidade). O saneamento básico e os avanços médicos
diminuíram o número de mortes. Resultado: a população mundial dobrou em dois séculos.
3ª Fase: Crescimento
acelerado. Ocorreu entre a Segunda Revolução Industrial (por volta de
1860) e o fim da Segunda Guerra (1945). A natalidade era alta, e a mortalidade diminuiu com os avanços da medicina. O
crescimento foi mais rápido: em um século a população mundial
dobrou.
4ª
Fase: Explosão demográfica. De
1950 a 1980. Período intenso do êxodo rural (saída da população
do campo para as cidades). As famílias pobres urbanas tiveram
muitos filhos, que ajudavam
na renda familiar; e, graças à melhoria das condições médico- sanitárias, a mortalidade foi reduzida. Em trinta anos, a população
mundial dobrou.
5ª
Fase: Diminuição do crescimento demográfico. Ocorreu a partir de 1980, quando alguns países emergentes (Brasil, Argentina, México
e Coréia do Sul) diminuíram suas taxas de natalidade. Muitos países subdesenvolvidos não
conseguiram reduzir a natalidade, portanto, não atingiram a 5ª fase.
Essa fase de estabilização do crescimento demográfico,
chamada por alguns de transição
demográfica, não ocorreu de modo semelhante em todos os países. As nações desenvolvidas se estabilizaram antes das nações
não-desenvolvidas.
O gráfico a seguir mostra que a população mundial
teve um extraordinário crescimento no século XX. De 1901 a 2000, o número
de habitantes da Terra passou
de 1,6 bilhão para 6,1bilhões. Esse aumento foi maior a partir da
década de 1950 (cerca de 150%).
Somente no período de 1987 a 1997, a população mundial aumentou em 1 bilhão de habitantes.
Exercícios
1. Observe o gráfico da capa e diga o que mais chamou
atenção no referido gráfico.
2. O mapa apresentado na capa foi feito numa técnica
chamada anamorfose. Pesquise o que significa anamorfose e qual foi o objetivo
do referido mapa?
3. O que significa desemprego estrutural?
4. Qual a diferença entre fecundidade e fertilidade?
5. Em que consistia a Teoria de Malthus?
6. O que é uma pirâmide etária?
7. Qual a diferença entre população absoluta e população
relativa?
8. O que é superpovoamento?
9. O que é IDH? Para que serve o IDH?
10. O que é desemprego sazonal?
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